domingo, 22 de junho de 2014

Praga

Depois de ter conhecido algumas cidades da Europa, tive a curiosidade de saber se Praga era assim tão bela como diziam. Não há dúvida que tem um extenso património arquitectónico, Os edifícios são lindos e muito bem conservados e é uma cidade bonita.Mas, Paris cést toujour Paris e Viena tem outros encantos.
Tal como Berlim que ainda é uma cidade muito marcada pelas histórias à volta do muro; Praga ainda tem alguns traumas da ocupação soviética, que durou cerca de 21 anos. 3 anos depois da ocupação nazi, os comunistas ganharam as eleições e modificaram a Constituição transformando a Checoslováquia num estado totalitário e satélite da URSS. Nos anos 60 Novotny, da linha dura do partido, foi substituído no cargo de secretário do partido por Alexander Dubcek, um reformista, que tinha como lema " um socialismo de rosto humano". Essa época foi chamada de "Primavera de Praga" e foi quando os checos começaram a usufruir de alguma liberdade, uma das medidas tomadas foi a supressão da censura! Não gostando do rumo que as coisas levavam, os russos invadiram Praga com os tanques em 21 de Agosto de 1968. Durante os anos seguintes a Checoslováquia foi governada com mão de ferro. Gustáv Husák despediu mais de 250 mil funcionários públicos e obrigou ao exílio mais de 50.000 Checos. A revolta fez com que Jan Palach um estudante de filosofia de 20 anos se imolasse pelo fogo na Praça Venceslau!e foi seguido seis semanas depois por Jan Zajic.
O dramaturgo Václav Havel Fundou em 1977 o movimento da Carta 77, para obrigar o governo a cumprir os acordos de Helsinkia sobre direitos humanos. A aparição, nos anos 80, de Gorbachev fez com que toda a Europa se libertasse do domínio soviético. A 17 de Novembro de 1989 cerca de 15 mil pessoas juntaram-se em Vyseharde no aniversário da morte do estudante Jan Opletal durante a ocupação nazi. Dirigiam-se à Praça Venceslau quando a policia cortou o caminho e consentiu que boinas vermelhas disparassem sobre eles. Vários movimentos foram ganhando força e as conversações deram frutos em 1 de janeiro de 1993 com a divisão da Checoslováquia em 2 novos estados democráticos: Republica Checa e Eslováquia.

2 comentários:

  1. Gostei do texto. Realmente quem quer fugir para países comunistas (não sei se há alguém, mas há gostos para tudo) vai quando quer ou quando o deixam entrar. Ao contrário quem quer fugir de países comunistas é sempre com o risco da própria vida ou com receio de represálias aos familiares. Tanto há ditaduras de esquerda como de direita, mas durante a ditadura de direita que tivemos cá, eu fui livre de circular pela Europa com o meu passaporte, sem dar contas a ninguém.

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    1. Pois que eu conheça! só Edward Snowden! ou outros espiões do género! Também eu, durante a " terrível ditadura" ,tive como correspondentes jovens checos e outro da RDA e nunca ninguém me incomodou com nada!

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